Dois assentamentos são os primeiros a ter brigadas de combate à incêndios na Ba

Missão é evitar incêndios em áreas próximas aos assentamentos
Ascom

 

Os assentamentos Rosely Nunes e o Extrativista São Francisco são as primeiras áreas de reforma agrária a terem brigadas de combate a incêndios na Bahia. A iniciativa faz parte de uma parceria entre o Incra e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e objetiva evitar queimadas, principalmente, entre os meses de junho e novembro, período mais propenso a focos de incêndios nos territórios da Chapada Diamantina e no Velho Chico.

O Ibama selecionou, na Chapada Diamantina, o assentamento Rosely Nunes, onde residem 156 famílias e está situado no município de Itaetê. Na quinta-feira (06), foi iniciada a pré-seleção dos assentados para a capacitação de 40 horas, que ocorrerá entre os dias 10 e 14 de junho, com aulas práticas teóricas, para combate a incêndios florestais.

Já na área agroextrativista São Francisco, onde vivem 592 famílias, localizado em Serra do Ramalho, no território do Velho Chico, o Ibama já capacitou 35 assentados. Dentre eles, 29 serão contratados e receberão equipamentos de combate a queimadas e para proteção pessoal, além de uma viatura. O contrato entre os assentados e o Ibama vai durar entre cinco e seis meses.

Sensibilização - O coordenador Estadual do Programa PrevFogo do Ibama, na Bahia, Denílson Barbosa de Oliveira, conta que a experiência com o Incra fortalece as articulações institucionais. Além disso, Oliveira ressalta a necessidade de sensibilização das famílias sobre os riscos das queimadas e a importância de preservar remanescentes de florestas de focos de incêndios.

“Observar a direção do vento, evitar as queimadas em roçados, manusear adequadamente os equipamentos que disponibilizaremos e como adotar os conhecimentos sobre prevenção a focos de queimadas são alguns itens que estão sendo aprendidos pelas famílias”, acrescenta Oliveira.

Multiplicadores - Segundo o chefe de Serviço de Desenvolvimento de Assentamentos do Incra/BA,  Victor Fernandes, a expectativa é de que os assentados se tornem multiplicadores dos conhecimentos introduzidos pelo Ibama. “É importante que as famílias conheçam as técnicas preventivas para evitar queimadas e se conscientizem de que o fogo provoca a perda de nutrientes do solo”.

A perspectiva, segundo Fernandes, é que a Assessoria Técnica do Incra articule, futuramente, intercâmbios com os brigadistas assentados do Rosely Nunes e do Extrativista São Francisco para que eles possam repassar seus conhecimentos em outras áreas de reforma agrária. “A ideia é de que os brigadistas não só monitore, mas trabalhe a questão ambiental de prevenção”, frisa.